quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Sporting, o Leão de Verdade, o Ser Sporting e o rabo da zebra às listas verdes e brancas

Algumas pessoas perguntaram o porquê do meu afastamento quer do Leão de Verdade, quer do Ser Sporting.

Quero começar por afirmar, para que não restem dúvidas, que apoiarei a lista Ser Sporting às eleições ao CONSELHO DIRECTIVO.

O programa apresentado pelo Ser Sporting tem algumas virtudes que devem merecer de todos o reconhecimento de:
1. Possuir o conhecimento prévio da situação do Clube. Este conhecimento, tem tanto mais mérito quanto o mesmo foi difícil de obter. As portas foram sempre fechadas, mas ainda assim esse conhecimento, através do Leão de Verdade (LdV) e das pessoas que nele participaram o conseguiram, seja por via da insistência junto dos órgãos sociais;

2. Ser um programa que não tem por base nenhum trauma, complexo ou medo - seja da banca, seja dos associados, seja do «sistema». Foi um projecto desenhado a partir de uma folha em branco tendo apenas por base o escasso conhecimento que na altura possuíamos.

3. Ser, provavelmente, o único programa que rompe com o paradigma de gestão que vem sendo aplicado no Clube por vários anos. E este, é realmente o mais importante de todos.

O Movimento Leão de Verdade tem muito trabalho realizado. Parte dele invisível para fora. Mas o LdV trabalhou arduamente, e durante vários meses, para que houvesse UNIÃO em torno de TODOS os sectores de oposição à gestão desta direcção. Fizeram-se várias reuniões com os chamados notáveis. Explicou-se na altura a importância de se criar um bloco sólido e unido que trabalhasse em torno de um bem comum - a tal mudança de paradigma de gestão que defendemos.

Tal não foi possível. Afinal, sei hoje por experiência própria, não é possível criar o tal bloco sólido e unido. Afinal os tais notáveis não se chegaram à frente e disseram «presente». Afinal não há notáveis.

A tomada de consciência de tal facto levou a que a estratégia fosse alterada. É verdade que hoje a minha posição não é 100% coincidente com o rumo que o LdV seguiu e no qual veio a desenvolver-se o Ser Sporting (SS). Existem alguns factores (ao nível das escolhas de pessoas, timings e outras) que me separaram hoje, quer do LdV, quer do SS. No entanto esta é a minha família política dentro do Sporting, e na qual me revejo, até porque nela trabalhei e entreguei o meu contributo.

Por outro lado factores suficientes para, em conjunto com as minhas restrições a nível pessoal e profissional, que me obrigaram a estar fora de Lisboa durante os últimos tempos, tornarem impossível o nível de compromisso e trabalho necessários para me sentir de corpo e alma dentro de algo que considero tão importante como concorrer a listas ao CONSELHO DIRECTIVO do meu querido Clube.

Para vos dar um exemplo, inscrevi-me como delegado ao Congresso e não compareci no mesmo, ainda que tenha enviado recomendações - uma das quais deu alguma polémica ao nível da votação - gestão focada no sócio - em co-autoria com o João Pedro Silva. Por várias razões a começar nas pessoais e profissionais que me obrigaram a estar a mais de 300km do dito evento. Embora tenha achado que esse deveria ter sido o local por excelência para debater programas eleitorais e alternativas ao actual modelo de gestão. O facto de não haver capacidade para, na altura, se aproveitar essa ocasião para concretizar uma lista fez-me afastar ainda mais do evento.

Penso que nesse momento poderíamos ter avançado e com outro elenco, ligeiramente diferente, ao nível das pessoas. Mas não houve condições...

No início do LdV prometi fazer o balanço do trabalho do Movimento. Esse balanço apenas deverá ser efectuado depois das eleições. Esse momento é o mais adequado para fazer o balanço de mais de um ano e meio de trabalho. Aí se fechará um ciclo e começará outro. É um marco por excelência para poder aferir o real impacto de algo novo que entrou na vida do nosso Clube. E será apenas aí que o farei.

Hoje partilho a realidade leonina, não pelo LdV, não pelo SS - a quem irei dar o meu voto para o CONSELHO DIRECTIVO -, nunca pela multiplicidade das listas situacionistas e ambíguas, mas pelo rabo da zebra pintada de verde e branco... às listas.

É esta a realidade «terminal» em que o Sporting se tornou.

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